A missão humanitária do Rotary Internacional no Malawi se encerrou neste mês, mas os impactos que ela gerou ainda serão sentidos por muito tempo. A equipe médica enviada ao país retornou ao Brasil no fim de semana do dia 6 de outubro com a sensação de dever cumprido e transformados por uma experiência única. Durante o tempo em que estiveram lá, foram realizados atendimentos e capacitações, inclusive em hospitais, contribuindo com a melhora de vida da população local.

Crianças do Malawi agora contam com acesso a serviços médicos fundamentais através da doação de duas incubadoras, três bombas de infusão, dois monitores de sinais vitais e dois concentradores de oxigênio. Uma grande quantidade de suprimentos essenciais, como suturas, sondas, luvas e remédios também foi entregue às unidades de saúde locais para garantir a execução de cirurgias e atendimentos clínicos mesmo após o fim da passagem do Rotary pela localidade.

Dr. André Villalba, participante da viagem, rememora a fase de preparo antes da ida da equipe. “Os preparativos foram intensos, visto tratar-se de uma missão de grande importância humanitária. Tudo deveria ser feito com o máximo de empenho e zelo.” Ele conta que foram arrecadados espéculos descartáveis para exames ginecológicos, pinças, materiais cirúrgicos, além de muito material escolar, visto que a programação no Malawi envolvia visita a um orfanato.

A viagem foi coordenada pelo infectologista, professor e membro do Rotary Dr. Guilherme Côrtes Fernandes e pela cardiologista Ana Claudia Venancio. Guilherme já participa desse tipo de iniciativa há 18 anos e conta que a abordagem utilizada pelo Rotary visa sustentabilidade e está alinhado com os objetivos de desenvolvimento do milênio da ONU. “A realidade que encontramos lá era de extrema vulnerabilidade. Nós ficamos muito felizes em ajudar mas também precisamos entender que a velocidade da mudança possível para o país é diferente da nossa expectativa, mas é o que nos estimula a sempre retornar e, a cada vez, contribuir um pouco mais”.

A equipe médica do Rotary também foi responsável por instruir profissionais da saúde, dentre médicos, enfermeiros, residentes e estudantes. “Preparamos aulas para serem ministradas aos profissionais de saúde daquele país que atuam no Kamuso Central Hospital, com o propósito de treiná-los em procedimentos com os quais já temos experiência no Brasil”, coloca  André.

A iniciativa, entretanto, foi muito além de atender centenas de pacientes. Vidas foram transformadas e uma realidade diferente foi conhecida. A situação presenciada no Malawi trazia um cenário de pobreza extrema, com muitas crianças gravemente enfermas, superlotação, altos índices de mortalidade infantil, além da falta de condições para um atendimento adequado. “Mas a equipe do Rotary estava muito disposta e com gana para ajudar. Inúmeros atendimentos e treinamentos foram realizados”, completa André, “Nós ajudamos a plantar a semente! Espero que ela germine e possa dar bons frutos para os profissionais e pacientes daquele país tão sofrido.”